terça-feira, 7 de setembro de 2010

ANGÉLICA MS: “CIDADE AMOR”

Angélica, localizada entre o Piravevê e o Ivinhema,
Resplandecente, enaltecendo tua gente,
Altiva e forte, progresso é teu principal lema,
Onde quer que teu filho vá, não sais da sua mente.

A exploração da erva mate, iniciou
tua caminhada rumo ao povoamento,
Jorge Wilheim, cuidadosamente planejou,
Os caminhos para o teu desenvolvimento.

Teus heróis marcantes:
Ediberto, Renê, Messias, Mano e outros mais,
Faz-nos cada dia mais amantes,
De uma terra que não esquecemos jamais.

Sorrindo para o estrangeiro,
Afagando os filhos desta terra,
És tu cidade de um povo altaneiro,
Lugar que a paz suplanta a guerra.

Porto Angélica: porta de entrada,
Aberta para o surgimento da nova cidade.
As travessias de balsa: aquática estrada,
Caminho do povo rumo à prosperidade.

Ouro Verde foi o berço resplandecente,
Desta cidade alegre e festeira,
Tu, terra de um povo ordeiro e valente,
Orgulho dessa gente brasileira.

O Sol com seu brilho forte,
Sobre águas límpidas sem igual,
Trazendo cores e muita sorte,
A este “povo irmão” do Pantanal.

O passado é um espelho reluzente,
Refletindo tuas conquistas tão notórias,
O futuro é construído velozmente
Por uma gente trabalhadora e repleta de glórias.

Por onde quer que andemos,
Levaremos tuas vivas cores no coração:
Azul, Vermelho e Branco, seremos
Arco-íris, colorindo uma eterna canção.

Teu nome doce e angelical,
Retrata a harmonia deste povo varonil,
Que planta o bem e ceifa o mal,
“Cidade amor” no coração do Brasil.

Autor: Inivaldo Gisoato


Esta poesia não pode ser usada no todo ou em parte sem citação do nome do autor, registrado sob nº 312 - fl. 064, livro b - protocolado sob nº 343 - parte do livro Angélica - Histórias de Um Povo.
1 - Bandeira de Angélica 2 - Brasão do Município de Angélica

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

HISTÓRIA DE ANGÉLICA MS - A CIDADE AMOR NO CORAÇÃO DO BRASIL

Angélica MS: Cidade Amor no Coração do Brasil.


A Guerra do Paraguai ocorreu de 1864 a 1870, período que o comendador Thomaz Laranjeira serviu como provisionador dos exércitos imperial brasileiro e conheceu a região de Ponta Porá e da Grande Dourados, viu a fartura de erva mate nativa da região, assim, terminada a guerra, postou e, devido aos bons préstimos à coroa, obteve autorização, consoante dispôs o decreto nº 81.799 de 09 de dezembro de 1882, para explorá-los.

A Companhia Mate Laranjeira explorou a região até 1945, quando a erva mate entrou em crise no mercado mundial, e a Cia teve problemas políticos com o Governo de Getúlio Vargas, decidiu abandonar a região;

Em 1950, o senhor Onziro Aoki, morador na cidade de Lucélia, SP, ficou sabendo das terras na região do rio Ivinhema, mais propriamente em uma localidade conhecida com Porto Angélica*, chegou com sua equipe e começou os trabalhos de colonização e venda de terras, deixou no lugar conhecido como Porto Angélica o seu representante, o senhor Tokostilho Kosoni que também gerenciava um armazém próximo a uma lagoa que ficava na beira do rio Ivinhema.

Às nove horas do 10 de outubro de 1952, chegou à região do Porto Angélica, às margens do rio Ivinhema, uma equipe enviada pelo colonizador Onziro Aoki com a finalidade de construir um campo de aviação para facilitar o acesso do colonizador a fim de fazer visitas e trazer compradores de terras, fazia parte da equipe os senhores Raimundo Nonato de Castro Chaves (Mano), Manoel Izidoro Martins (Manoel Mineiro), Jaime Izidoro Martins (Jaime Mineiro), Aguinelo Guimarães e Aureliano da Silva, segundo eles chegaram num caminhão e tiveram que vir cortando galhos e desatolando o veículo porque a única estrada até o Porto Angélica era muito precária.

No local do Porto Angélica havia apenas um barracão com diversas repartições que fora o escritório e dormitórios para os trabalhadores da antiga Mate Laranjeira, alguns pedaços de trilhos de ferro por onde passavam as chatas que buscavam os mate nos ervais, um caminhão velho e, uma balsa deixada pelos antigos ocupantes da terra.

Após se ambientar com o lugar e conhecer moradores da região, o senhor Raimundo Nonato (Mano) se tornou amigo de Marciano Batalha que trabalhara com a equipe da Cia Mate Laranjeira e que ficara para cuidar dos espólios da cia, foi ele quem contou que *o lugar ganhou o codinome de Porto Angélica, porque no escritório da Mate Laranjeira, ficava uma jovem senhora por nome de Angélica que era filha de um dos donos da companhia, era ela quem recebia os compradores, cuidava dos negócios da cia na região, como recebia bem os negociantes que por ali passavamm pela sua simpatia e pela beleza, as pessoas passaram a se referir ao local como Porto da Angélica, essa história também foi confirmada pelo senhor Ranulfo Maldonado e seu filho Ruan que também trabalharam na Cia Mate Laranjeira, segundo o que informaram, a senhora Angélica foi embora assim que a Mate Laranjeira deixou os negócios na região do Porto Angélica.

Em 1953, o Dr Renê Neder, morador da cidade de Campo Grande, MT, ficou sabendo das terras da região do Porto Angélica, soube também que estava havendo uma colonização irregular, sem autorização, assim, em sociedade com o pai, o comerciante Rachid Neder e com os irmãos, solicitou junto à prefeitura de Dourados e conseguiu autorização para colonizar a região do Porto Angélica, abriu a CIDAL – Colonizadora Douradense Ltda e, em 1953, o Dr. Renê Neder pousou com seu Cesna no precário campo de aviação que estava sendo construído às margens do rio Ivinhema. Na equipe do Dr René Neder vieram os senhores Ediberto Celestino de Oliveira, João Proeterle (João Vermelho), o topógrafo Francisco Tronschico e o índio Silvério Batalha (Boré).

No final de 1953, o senhor Tokostilho Kozoni deixou a única casa comercial da região que foi assumido pelo senhor Ovídeo José de Souza, que, em seguida, trouxe para gerenciá-la o senhor Messias Garcias Duarte, sua esposa Aparecida e filhos. A região foi sendo povoada, vieram os fazendeiros Aires Marques, Ataíde José Joaquim (O Bichão), Antônio Pedro Ferreira Júnior (Ferreirão), Felipe Cano e tantos outros trabalhadores braçais e sitiantes, dentre eles: Atílio Borati, João Campos (primeira serraria), Marcolino Preto, Atílio Soares (Velho Atílio), Benedito Nogueira e Amábila Nogueira (primeira parteira da região), Dogenília de Oliveira (primeira cartorária), Benedito da Silva (Dito Preto - história do homem que a onça comeu) e sua esposa Izaltina, José Ferreira (dono serraria), Antenor Trajano,

O comércio na região também era feito pela lancha do senhor Kinhomes que vendia de tudo, quando ele atracava no Porto Angélica, o lugar ficava parecendo uma feira, repleto de gente vindo ver e adquirir as novidades.

Em 1956 o senhor Ovídeo José de Souza transferiu seu estabelecimento comercial das margens do rio Ivinhema para um lugar mais acima, dentro da fazenda Angélica de prpopriedade do Dr René Neder, a região era composta de várias chácaras e bem povoada, o comércio prosperou sob a gerencia do senhor Messias Garcias Duarte e de sua esposa senhora Aparecida, em pouco tempo foi formado o primeiro povoado com farmácia, panificadora, igreja católica, campo de futebol o vilarejo ficou conhecido como Bolichão. No Bolichão algumas pessoas se destacaram dentre elas: Ecir Camargo (primeira professora vinda de Dourados), Moacir Arantes Bueno (primeiro Farmacêutico) e posteriormente seu irmão Antônio Arantes Bueno, Manoel de Oliviera Ferro (primeira máquina de arroz) Nelson de Oliveira (genro do senhor Ovídio José) que ao lado do cunhado Paulo Pinto da Costa foram os primeiros padeiros da região..

Vendo o desenvolvimento do vilarejo Bolichão, o colonizador Renê Neder percebeu que chegará a hora de organizar a cidade, futura cede do município, para isso já havia contratado os serviços do arquiteto Jorge Wilheins que contou com a ajuda da arquiteta Rosa Grená Alembick, assim, de maio de 1955 a setembro de 1956 executou o Plano Piloto da nova cidade, denominado “Plano Piloto de Uma Cidade Cafeeira” (Jorgem Wilheim também projetou Brasília).

No início dos anos de 1960, o colonizador Doutor René Neder, após todos os estudos, deu inicio à futura cidade às margens do córrego Ouro Verde, logo veio o senhor Josué Teles da Silva (Tito) que montou uma serraria junto com seus filhos Juarez e Célio, a pensão do senhor Valdomiro Belloti e sua esposa Maria Gatto Belloti (o nome de sua pensão Cabeça de Boi deu nome àquela região), os primeiros e grandes comerciantes da região: José, Carlitos e Domingos Lucas Serrano(Casa Paulista), José Gisoato, sua esposa Zulmira Longo Gisoato e seus filhos Roberto e Antônio (Casa Mineira), Manoel Martins e seu filho Paulo (primeira farmácia da nova cidade), Joaquim Sant´ana, Marcolino Toffoli, Antonio Mandeli, José de Paula Mandeli, Francisco Marcolino da Costa, Luiz Guiraldi, Antônio Quinalha, Armindo Fascincani, Ágide Terenciani, Cícero de Oliveira Ferro, Antônio Basílio de Lima e seu filho Valdir Basílio de Lima (os primeiros a fabricar colchões na região), Irineu Falavina (olaria),

Ediberto Celestino de Oliveira foi eleito vereador pelo distrito de Angélica para representá-lo em Dourados e, no dia 13 de maio de 1976, publicado no Diário Oficial do Estado, conforme Lei Estadual nº 3.691, foi criado o município de Angélica. A sua abrangência 1.240 km2 e a sua instalação se deu no dia 05 de março de 1977 com a posse do seu primeiro prefeito eleito, o senhor Ediberto Celestino de Oliveira.



1 - Prefeitura 2 - Comércio Casa Mineira

3- Time: Estudantes 4 - Foto histórica



Texto produzido por INIVALDO GISOATO - adaptado do seu livro ANGÉLICA - Histórias de Um Povo.